Hoje na História:04 de abril de 1991: O último vôo de Pepê nos céus do Japão


Dez anos depois de ter conquistado o Mundial de Vôo Livre, na localidade de Beppu, Paulo Guise Carneiro Lopes, o Pepê, 33 anos, voltou ao Japão para encerrar sua carreira. O piloto morreu ao se chocar contra uma gigantesca rocha durante uma das últimas provas do campeonato internacional que disputava. Sua asa-delta foi projetada pelo vento, devido ao tempo ruim e à forte turbulência.

Economista, tricampeão brasileiro de surfe e primeiro do país a ganhar o título mundial do vôo livre, Pepê era casado e pai de dois filhos.

Em sua homenagem, um luto sentido e original: pilotos cariocas de vôo livre subiram a rampa da Pedra Bonita, saltaram e encheram o céu de São Conrado de asas coloridas.
Pepê reinou sobre a juventude carioca por duas décadas. Não bastasse ter sido um vencedor nato - conquistou as mais importantes competições dos diversos esportes que praticou, desde 13 anos -, lançou moda, introduziu hábitos, inventou sanduíches e mudou a geografia da praia no Rio de Janeiro.

A soma de suas múltiplas atividades tornou-o muito mais do que um esportista bem-sucedido, que desafiava com a mesma habilidade os obstáculos de uma prova de hipismo, as ondas havaianas e as correntes térmicas dos quatro cantos do mundo. Fez do seu nome uma grife, sem o artificialismo dos apelos de marketing. Pepê foi ao mesmo tempo produto e imagem, sucesso e momento.
Ele nunca saiu de moda. Se suas proezas nos campeonatos cariocas de hipismo no início dos anos 70, ficaram restritas aos limites da Sociedade Hípica Brasileira, logo ele explodiria a céu aberto, . Sobre as ondas do Arpoador ainda nos tempos do pier de Ipanema, seu nome começou a ser associado à vitória. Enfim, chegaria ao auge do prestígio um ano depois, com o primeiro lugar num mundial de vôo livre.O modismo veio a reboque. Alegre, bonito, simpático, bem sucedido e acessível, Pepê nunca escondeu que seu sucesso era fruto de muita dedicação: quando não estava sobre a prancha, ou atrás de sua barraca, planava nos céus de São Conrado, em perfeita integração com a paisagem local: "a vida é para ser vivida e de preferência com a natureza". E assim, Pepê fez até o fim, numa trajetória difícil de ser igualada.
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