Havia meses que o menino “exagerado” da Zona Sul carioca despira a fantasia sonhadora, irreverente e boêmia que o acompanhou durante a sua curta e intensa vida. O menino virara adulto. Sua figura exuberante deu lugar ao aspecto desamparado, à silhueta magérrima que lhe acompanhou até o fim, anunciado três anos e meio antes, quando a AIDS lhe mostrou a sua cara. Numa era em que a AIDS era tabu, Cazuza pregava a liberdade sexual, a multiplicidade de parceiros, a liberalização das drogas. A doença lhe deu um golpe certeiro, do qual nunca se recuperaria.
Sem nomeá-la, ele falava com sinceridade sobre a sua debilidade física. “A pior sensação da doença, para mim, foi a de estar vivo, mas sem nenhuma energia. Tudo cansa, tudo é chato, tudo dói. E precisei criar um Deus em mim”, declarou em uma entrevista ao JB no ano anterior.
Leia Mais no JBlog...
Nenhum comentário:
Postar um comentário