Nascido em Paris no dia 14 de novembro de 1840, Oscar-Claude Monet
tinha 5 anos de idade quando seus pais se instalaram no Havre,
determinando, sem saber, uma promissora carreira artística. É pelo fato
de residir naquela cidade em que começa a pintar, que Monet pode
encontrar-se, em diversas ocasiões com o pintor Eugène Boudin, que se
tornaria seu mestre, guia e mesmo generoso protetor. É quem inicia Monet
na arte da paisagem, contribuindo para o seu gosto pelo ar livre, pela
luz, a cor, a mobilidade do céu e do mar, observados com sinceridade.
Em 1860, volta a Paris onde ficaria para sempre - salvo durante as
ausências impostas, primeiro pelo serviço militar, depois pelo seu
estado de saúde e enfim pela necessidade de retomar contato com a
natureza. O retorno à cidade natal é para aprimorar sua arte,
experiência que o eleva ao nível dos entusiastas do movimento realista,
em oposição ao Romantismo, então a arte oficial: Bazille, Renoir,
Pissaro, Sisley, Jongkind, ... que expandem o caminho aberto por Manet.
Todos partidários do trabalho ao ar livre, que sentindo-se impedidos de
expor livremente pelas hostilidades dos juris oficiais, decidem
organizar uma exposição privada. A Sociedade Anônima dos Artistas Pintores, Escultores, Gravadores acontece no antigo estúdio do fotógrafo Nadas, o Boulevard des Italliens. Mas a incompreensão do público e da crítica é total. Monet, tendo intitulado uma das suas telas Impressado, da margem para que a palavra sirva à imprensa para declarar que não se tratava de pintores, mas de "impressionistas", termo que acabou designando o pequeno grupo.
O impressionismo
Com efeito, a palavra exprime bastante bem o que há de essencial na arte
da nova escola, independentemente dos processos técnicos. Trata-se de
uma arte estritamente visual e interessada em não descobrir, segundo o
ideal clássico, o permanente sob o efêmero mas, ao contrário, o que há
de mais acidental e fugitivo nas manifestações da vida, apenas para
fixar na tela a lembrança de uma impressão do olhar. É querer prolongar a
impressão e trair involuntariamente a necessidade de permanência.
Seja como for, o impressionismo, particularmente, em Monet - o mais
audacioso, original e fiel à escola, teve o mérito de focalizar aspectos
da realidade que tinham escapado até então, à atenção dos pintores ou
ultrapassado a sua capacidade de expressão, como os efeitos de luz
instantâneos, as colorações fugazes da alva e do crepúsculo, as brumas
luminosas... Se bem que a comparação com os paisagistas do século XVII
impunha certas reservas à novidade dessa tentativa.
Por outro lado, a originalidade técnica, sobretudo em Monet - mestre em
pinceladas nervosas que, progressivamente, se tornavam pequenas manchas
justapostas - era incontestável. Suas pinturas são fruto de intensos
estudos. Reiterou a dança dos reflexos do céu sobre a água em um pequeno
tanque de seu jardim de Guiverny, pintou a catedral de Rouen 38 vezes -
do nascer ao por-do-sol... O amor da luz e da cintilação das cores
incitava-o a servir-se da palheta e dos pincéis que uma maneira jamais
vista que contribuiu muito para escandalizar o público e atrair a
atenção.
Ao longo de sua vida, Monet pintou mais de dois mil quadros. O mérito de
ter sabido traduzir o que não o fora nunca antes dele valeu-lhe o êxito
e a glória.
Fontes: Jornal do Brasil: Domingo, 10 de maio de 1956, Jornal do Brasil: Sábado:13 de abril de 1974
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário