Hoje na história: 14 de novembro de 2013 - 173 anos de Claude Monet

Nascido em Paris no dia 14 de novembro de 1840, Oscar-Claude Monet tinha 5 anos de idade quando seus pais se instalaram no Havre, determinando, sem saber, uma promissora carreira artística. É pelo fato de residir naquela cidade em que começa a pintar, que Monet pode encontrar-se, em diversas ocasiões com o pintor Eugène Boudin, que se tornaria seu mestre, guia e mesmo generoso protetor. É quem inicia Monet na arte da paisagem, contribuindo para o seu gosto pelo ar livre, pela luz, a cor, a mobilidade do céu e do mar, observados com sinceridade.

Em 1860, volta a Paris onde ficaria para sempre - salvo durante as ausências impostas, primeiro pelo serviço militar, depois pelo seu estado de saúde e enfim pela necessidade de retomar contato com a natureza. O retorno à cidade natal é para aprimorar sua arte, experiência que o eleva ao nível dos entusiastas do movimento realista, em oposição ao Romantismo, então a arte oficial: Bazille, Renoir, Pissaro, Sisley, Jongkind, ... que expandem o caminho aberto por Manet. Todos partidários do trabalho ao ar livre, que sentindo-se impedidos de expor livremente pelas hostilidades dos juris oficiais, decidem organizar uma exposição privada. A Sociedade Anônima dos Artistas Pintores, Escultores, Gravadores acontece no antigo estúdio do fotógrafo Nadas, o Boulevard des Italliens. Mas a incompreensão do público e da crítica é total. Monet, tendo intitulado uma das suas telas Impressado, da margem para que a palavra sirva à imprensa para declarar que não se tratava de pintores, mas de "impressionistas", termo que acabou designando o pequeno grupo.
O impressionismo
Com efeito, a palavra exprime bastante bem o que há de essencial na arte da nova escola, independentemente dos processos técnicos. Trata-se de uma arte estritamente visual e interessada em não descobrir, segundo o ideal clássico, o permanente sob o efêmero mas, ao contrário, o que há de mais acidental e fugitivo nas manifestações da vida, apenas para fixar na tela a lembrança de uma impressão do olhar. É querer prolongar a impressão e trair involuntariamente a necessidade de permanência.

Seja como for, o impressionismo, particularmente, em Monet - o mais audacioso, original e fiel à escola, teve o mérito de focalizar aspectos da realidade que tinham escapado até então, à atenção dos pintores ou ultrapassado a sua capacidade de expressão, como os efeitos de luz instantâneos, as colorações fugazes da alva e do crepúsculo, as brumas luminosas... Se bem que a comparação com os paisagistas do século XVII impunha certas reservas à novidade dessa tentativa.

Por outro lado, a originalidade técnica, sobretudo em Monet - mestre em pinceladas nervosas que, progressivamente, se tornavam pequenas manchas justapostas - era incontestável. Suas pinturas são fruto de intensos estudos. Reiterou a dança dos reflexos do céu sobre a água em um pequeno tanque de seu jardim de Guiverny, pintou a catedral de Rouen 38 vezes - do nascer ao por-do-sol... O amor da luz e da cintilação das cores incitava-o a servir-se da palheta e dos pincéis que uma maneira jamais vista que contribuiu muito para escandalizar o público e atrair a atenção.

Ao longo de sua vida, Monet pintou mais de dois mil quadros. O mérito de ter sabido traduzir o que não o fora nunca antes dele valeu-lhe o êxito e a glória.

Fontes: Jornal do Brasil: Domingo, 10 de maio de 1956, Jornal do Brasil: Sábado:13 de abril de 1974

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