Hoje na história:7 de setembro de 1988 - Brasil acusado pela Anistia Internacional de violar direitos humanos


Pela primeira vez desde o fim do regime militar, o Brasil era acusado pela Anistia Internacional de violar os direitos humanos, denunciando que mil assassinatos por questões agrárias no Brasil estavam impunes. O documento foi lançado simultaneamente de sua sede em Londres, de várias capitais européias e de Washington. O relatório foi baseado em relatórios de duas missões que a instituição enviou ao Brasil entre julho e agosto de 1986 e em junho e julho de 1987. Além disso, considerou os relatórios da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e da Ordem dos Advogados do Brasil.
Intitulado Brasil matando com impunidade, o documento afirmava em sua primeira linha que "a proteção da Justiça foi negada a centenas de pessoas no Norte do Brasil e as mesmas foram deliberadamente assassinadas por pistoleiros, enfatizando ainda a conivência das autoridades brasileiras em mais de mil assassinatos por questões de terra.O levantamento da Anistia, feito a partir de 1980, revelava que naqueles oito anos só três pistoleiros haviam sido punidos, documentando 50 crimes de morte e relatando em detalhes o caso do espacamento pela polícia de 50 camponeses no sul do Pará. O relatório relembrou ainda os assassinatos de vários líderes sindicais e mencionou com destaque a violência contra índios brasileiros.A Anistia citou a morte do advogado Paulo Fontelles de Lima, em junhho de 1987, como um caso exemplar da impunidade e inoperância das autoridades. Dois anos antes , o então deputado federal Ademir Andrade havia escrito ao ministro de Justiça, alertando-o de que o advogado estava citado numa lista de pessoas condenadas à morte pelos fazendeiros do sul do Pará. As autoridades não fizeram nada e o advogado foi morto.
A conclusão do relatório apontava que essas ocorrências só eram possíveis diante da omissão do governo brasileiro.
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