A Voz do Professor e a volta às Aulas

Com o inicio de mais um ano letivo, um assunto que deveria ser tratado com muita seriedade e carinho é a VOZ, que se faz presente nos processos de socialização humana, como um dos componentes da linguagem oral e da relação interpessoal, produzindo impactos na qualidade de vida das pessoas, verdadeiro Instrumento de Trabalho de grande parcela de profissionais economicamente ativos.

Dentre os profissionais que tem a VOZ como instrumento de trabalho, a categoria docente é a que mais apresentam prevalência de distúrbios vocais, as chamadas DISFONIAS, e outros problemas de saúde enfrentados pelo professor, em função do exercício da profissão. Além dos aspectos sociais e daqueles associados relacionados ao uso da voz, o trabalho docente expõe o professor a outros agentes agressores, como salas de aula com excesso de alunos, escolas próximas às ruas movimentadas obrigando o professor a competir com variados tipos de ruídos, que também provém do corredor, do pátio; sendo um agravante a localização na região central, salas com péssima acústica, pó de giz, poeira, podendo influenciar negativamente em seu ambiente de trabalho, sobretudo, obrigando o professor a fazer o uso da voz de forma abusiva. Este importante instrumento de trabalho, além de ser o veiculo de transmissão de idéias, conhecimentos e informações, também deve despertar confiança, sobriedade, autoridade e segurança, os quais irão influenciar diretamente no processo ensino-aprendizagem.

Mesmo sendo a VOZ, reconhecida como o principal Instrumento de Trabalho e, que o educador é o profissional que mais sofre com os problemas de voz, há ainda ausência de programas, projetos, que vise orientar e preparar melhor o professor, quanto ao uso adequado da voz. Em decorrência desta falta de orientação e preparo, aumenta ano a ano a incidência destes profissionais com problemas de voz. E também é grande o numero de pedidos de licença, afastamentos, readaptações de cargos e funções, ocasionando grande prejuízo ao município, ao estado e também prejudicando o aprendizado do aluno.

As disfunções vocais requerem ajuda especializada, se você sente falta de vontade de falar, sintomas como rouquidão, dores e ardor na “garganta”, é uma clara sinalização que algo não vai bem com o aparelho fonador. A este quadro podem se aliar a tensão nos ombros e no pescoço, além de secreção, cansaço. A persistência destes sintomas por mais de quinze dias, ou sua manifestação com regularidade ensejam a procura de um especialista, pois o problema pode ser mais grave do que uma simples irritação ou inflamação.

Nos últimos anos foram realizadas várias pesquisas a respeito da voz do professor, com o intuito de verificar a qualidade vocal destes profissionais, abaixo transcrevemos alguns destes resultados estatísticos para uma breve comparação e, também para uma reflexão.

Na cidade de Dourados dados levantados durante a realização de cursos do Programa de Saúde Vocal “Viva Voz”, revelaram que 95% dos professores, de um total de 284, apresentaram pelo menos alguns sintomas, tais como: rouquidão, ardência, cansaço, sequidão, sensação de corpo estranho, falhas na voz, sendo que uma grande maioria, 72% foram considerados disfônicos. (Baena, 2000).

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